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Data: 25/01/2011
Local:
Auditório 477 - HUPE
Horário - 16 h

TESE PG-FISIOCIRURGIA - DOUTORADO

Área de Concentração: Sistema Urogenital

ISABEL CRISTINA DA SILVA SOITO

"EXCREÇÃO URINÁRIA DE GLICOSAMINOGLICANOS EM CRIANÇAS COM BEXIGA NEUROGÊNICA SECUNDÁRIA A MIELOMENINGOCELE"
Orientador: Prof. Dr. Luiz Eduardo Macedo Cardoso

TESE

RESUMO

A excreção urinária de glicosaminoglicanos (GAG) está alterada em várias patologias do trato urinário; o padrão de excreção pode estar associado com o estado da doença. A excreção urinária de GAG em crianças com bexiga neurogênica (BN) secundária a mielomeningocele (MMC) pode também estar alterada, mas até a presente data (Salvaggio e cols. Urol Int. 2001;66:156-9) não há detalhamento demográfico dos pacientes e não se correlacionou o padrão de excreção com grau de disfunção vesical. Analisamos a excreção urinária de um grupo bem definido de crianças com MMC e correlacionamos os resultados com escore cistométrico. As amostras de urina de 17 pacientes com MMC (média de idade ± DP de 4,6 ± 2,9 anos) foram obtidas durante o exame cistométrico. As amostras do grupo controle foram obtidas de 18 crianças normais (6,9 ± 2,2 anos). Todas as crianças não estavam com infecção urinária, tinham função renal normal e não estavam sob tratamento farmacológico. A quantificação do GAG urinário total foi expressa em µg de ácido hexurônico / mg de creatinina e a proporção dos diferentes tipos de GAGs sulfatados foi obtida por eletroforese em gel de agarose. A avaliação cistométrica foi realizada utilizando aparelho de urodinâmica Dynapack modelo MPX816 (Dynamed, São Paulo, Brasil), a partir da qual o escore cistométrico foi calculado de acordo com procedimento recente publicado. (MacNeily e cols. J Urol. 2007;178:1752-6). Não observamos diferença significativa na excreção urinária de GAG total entre meninos e meninas tanto no grupo com MMC (0,913 ± 0,528 vs 0,867 ± 0,434, p>0,05) como no grupo controle (0,546 ± 0,240 vs 0,699 ± 0,296, p>0,05). Os resultados mostraram também que a excreção de GAG urinário não se correlacionou com a idade tanto no grupo com MMC ( r = -0,28, p> 0,05) como no grupo controle (r = -0,40, p> 0,05). Entretanto, a comparação dos dois grupos mostrou que o grupo com MMC excretava 52% a mais de GAG total que o grupo controle (0,894 ± 0,477 vs 0,588 ± 0,257, p <0,04). Nesses pacientes a excreção de GAG total não se correlacionou com a complacência vesical isoladamente (r = -0,18, p> 0,05) mas foi significativa e negativamente correlacionada ao escore cistométrico (r= -0,56, p<0,05). Em média, os pacientes com piores escores (<9) excretaram 81% a mais de GAG que os pacientes com melhor escore (>9) (1,157 ± 0,467 vs 0,639 ± 0,133, p<0,04). O sulfato de condroitin foi o GAG sulfatado predominante nos grupos neurogênico e controles (92,5 ± 7,6% vs 96,4 ± 4,8%, respectivamente, p> 0,05), enquanto o sulfato do heparan estava presente em quantidades marcadamente menores; o dermatam sulfato não foi detectado. A excreção urinária de GAG em pacientes com MMC é significativamente maior que a excreção das crianças normais e os altos valores encontrados estão correlacionados a um maior compromentimento da função vesical. Evidências em modelos animais com MMC induzida sugerem que alterações no detrusor estão associadas a um elevado turnover da matriz extra celular (MEC) vesical, o que pode explicar a elevada excreção de GAG nos pacientes com MMC. Além disso, esses resultados indicam que a excreção urinária de GAG pode ser usada como fator adjuvante para a caracterização da disfunção vesical em pacientes com MMC.
Palavras-Chave: Bexiga. Neurogênica. Disfunção vesical. Cistometria. Urodinâmica. Mielomeningocele. Glicosaminoglicanos. Matriz extra celular.

AVALIADOR PRÉVIO:

Profa. Dra. Cristiane da Fonte Ramos

BANCA

Presidente: Prof. Dr. Luiz Eduardo Macedo Cardoso

Membros Titulares:

Prof. Dr. André Guilherme Lagreca da Costa Cavalcanti
Prof. Dr. Carlos Augusto Pais Cabral
Prof. Dr. Marco Aurélio Pereira Sampaio
Prof. Dr. Marcelo Abidu Figueiredo
Prof. Dr. Luiz Eduardo Macedo Cardoso

Membros Suplentes:

Prof. Dr. Marcio Antonio Babinski
Prof. Dr.
Diogo Benchimol de Souza