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Data:
25/01/2011 TESE PG-FISIOCIRURGIA - DOUTORADO Área de Concentração: Sistema Urogenital "EXCREÇÃO
URINÁRIA DE GLICOSAMINOGLICANOS EM CRIANÇAS COM BEXIGA NEUROGÊNICA
SECUNDÁRIA A MIELOMENINGOCELE" RESUMO A
excreção urinária de glicosaminoglicanos (GAG) está
alterada em várias patologias do trato urinário; o padrão
de excreção pode estar associado com o estado da doença.
A excreção urinária de GAG em crianças com
bexiga neurogênica (BN) secundária a mielomeningocele (MMC)
pode também estar alterada, mas até a presente data (Salvaggio
e cols. Urol Int. 2001;66:156-9) não há detalhamento demográfico
dos pacientes e não se correlacionou o padrão de excreção
com grau de disfunção vesical. Analisamos a excreção
urinária de um grupo bem definido de crianças com MMC e
correlacionamos os resultados com escore cistométrico. As amostras
de urina de 17 pacientes com MMC (média de idade ± DP de
4,6 ± 2,9 anos) foram obtidas durante o exame cistométrico.
As amostras do grupo controle foram obtidas de 18 crianças normais
(6,9 ± 2,2 anos). Todas as crianças não estavam com
infecção urinária, tinham função renal
normal e não estavam sob tratamento farmacológico. A quantificação
do GAG urinário total foi expressa em µg de ácido
hexurônico / mg de creatinina e a proporção dos diferentes
tipos de GAGs sulfatados foi obtida por eletroforese em gel de agarose.
A avaliação cistométrica foi realizada utilizando
aparelho de urodinâmica Dynapack modelo MPX816 (Dynamed, São
Paulo, Brasil), a partir da qual o escore cistométrico foi calculado
de acordo com procedimento recente publicado. (MacNeily e cols. J Urol.
2007;178:1752-6). Não observamos diferença significativa
na excreção urinária de GAG total entre meninos e
meninas tanto no grupo com MMC (0,913 ± 0,528 vs 0,867 ±
0,434, p>0,05) como no grupo controle (0,546 ± 0,240 vs 0,699
± 0,296, p>0,05). Os resultados mostraram também que
a excreção de GAG urinário não se correlacionou
com a idade tanto no grupo com MMC ( r = -0,28, p> 0,05) como no grupo
controle (r = -0,40, p> 0,05). Entretanto, a comparação
dos dois grupos mostrou que o grupo com MMC excretava 52% a mais de GAG
total que o grupo controle (0,894 ± 0,477 vs 0,588 ± 0,257,
p <0,04). Nesses pacientes a excreção de GAG total não
se correlacionou com a complacência vesical isoladamente (r = -0,18,
p> 0,05) mas foi significativa e negativamente correlacionada ao escore
cistométrico (r= -0,56, p<0,05). Em média, os pacientes
com piores escores (<9) excretaram 81% a mais de GAG que os pacientes
com melhor escore (>9) (1,157 ± 0,467 vs 0,639 ± 0,133,
p<0,04). O sulfato de condroitin foi o GAG sulfatado predominante nos
grupos neurogênico e controles (92,5 ± 7,6% vs 96,4 ±
4,8%, respectivamente, p> 0,05), enquanto o sulfato do heparan estava
presente em quantidades marcadamente menores; o dermatam sulfato não
foi detectado. A excreção urinária de GAG em pacientes
com MMC é significativamente maior que a excreção
das crianças normais e os altos valores encontrados estão
correlacionados a um maior compromentimento da função vesical.
Evidências em modelos animais com MMC induzida sugerem que alterações
no detrusor estão associadas a um elevado turnover da matriz extra
celular (MEC) vesical, o que pode explicar a elevada excreção
de GAG nos pacientes com MMC. Além disso, esses resultados indicam
que a excreção urinária de GAG pode ser usada como
fator adjuvante para a caracterização da disfunção
vesical em pacientes com MMC. AVALIADOR PRÉVIO: Profa. Dra. Cristiane da Fonte Ramos BANCA Presidente: Prof. Dr. Luiz Eduardo Macedo Cardoso Membros Titulares: Prof.
Dr. André Guilherme Lagreca da Costa Cavalcanti Membros Suplentes: Prof.
Dr. Marcio Antonio Babinski |