Área
de Concentração: Sistema Urogenital
Linha
de Pesquisa: ANÁLISE ESTRUTURAL, ULTRA-ESTRUTURAL E
MOLECULAR DA PRÓSTATA NORMAL E COM HIPERPLASIA BENIGNA, E NO
CÂNCER DE PRÓSTATA EM HUMANOS E ANIMAIS DE EXPERIMENTAÇÃO
BRUNO
LEONARDO MARROIG DE FREITAS RIBEIRO
e-mail:
marroig@centroin.com.br
"ESTUDO
EXPERIMENTAL DA ANATOMIA DO POLO INFERIOR DO RIM APLICADA À
URETEROSCOPIA FLEXÍVEL EM MOLDES TRIDIMENSIONAIS DO RIM HUMANO
E EM PIELOGRAFIAS RETRÓGRADAS"
Orientador:
Prof. Dr. Luciano Alves Favorito
TESE
ARTIGO
RESUMO
A
anatomia espacial dos cálices renais do polo inferior é
descrita como fator que influencia a taxa de sucesso da ureteroscopia
flexível (URF). O objetivo deste estudo é analisar a
anatomia do sistema coletor do polo inferior em moldes de rim humanos
e em pielografias retrógradas e avaliar quais os fatores anatômicos
têm influência no acesso aos cálices durante a
ureteroscopia flexível. Uma vez que a prática se faz
necessária para o desenvolvimento de habilidade do cirurgião,
nós construímos contramoldes cavitários de silicone,
à partir de moldes de resina do sistema coletor, para que estes
pudessem ser utilizados em programas de treinamento cirúrgico.
Foram analisados 170 moldes tridimensionais de resina de poliéster
do sistema coletor do rim, obtidos de 85 cadáveres adultos.
Os ureteres foram dissecados e uma resina de poliéster amarela
foi injetada no ureter para o preenchimento do sistema coletor do
rim. Nós dividimos os moldes em quatro grupos: A1 – Região
mesorrenal drenada por cálices menores dependentes do polo
superior ou inferior; A2 – Região mesorrenal drenada
por cálices menores cruzados, um drenando para o polo superior
e outro para o polo inferior; B1 – Região mesorrenal
drenada por um grupo de cálices maiores independentes dos polos
superior e inferior; e B2 – Região mesorrenal drenada
por cálices menores entrando diretamente na pelve renal. Foram
estudadas a frequência de cada tipo de sistema coletor, o número
e a orientação espacial dos cálices menores,
o ângulo entre o infundíbulo inferior e pelve renal (AIP),
o ângulo entre o infundíbulo inferior e os cálices
menores inferiores (AIC), a largura e o comprimento do infundíbulo
inferior e a frequência de cálices perpendiculares. Foram
estudados também 51 pielografias retrógradas intra-operatórias
de pacientes submetidos a cirurgia para tratamento de cálculo
no polo inferior do rim. Analisou-se a frequência de cada tipo
de sistema coletor, AIP, AIC e o acesso do ureteroscópio flexível
aos cálices renais inferiores. As médias foram comparadas
através de ANOVA e o teste t (p <0,05). Também estudamos
32 moldes tridimensionais do sistema coletor para a confecção
dos modelos para treinamento de ureteroscopia flexível. Nós
encontramos 57 moldes (33,53%) do grupo A1; 23 (13,53%) do grupo A2;
59 (34,71%) do grupo B1; e 31 (18,23%) do grupo B2. O polo inferior
era drenado por 4 ou mais cálices em 84 casos (49,41%), distribuídos
entre os grupos, como se segue: A1=35 casos (41,67%); A2=18 (21,43%);
B1=22 (26,19%); e B2=9 (10,71%). Cálices perpendiculares foram
observados em 15 casos (8,82%). Não observamos diferença
estatística entre os AIC nos grupos estudados. Na análise
das pielografias, nós encontramos 14 rins do grupo A1 (27,45%);
4 do grupo A2 (7,84%); 17 do grupo B1 (33,33%) and 16 pertencentes
ao grupo B2 (31,37%). Quanto à medida dos AIP nós observamos
que estes eram >90° em 31 rins (60,78%) e entre 61° e 90°
em 20 rins (39,22%). Nós não encontramos ângulos
menores do que 60°. O grupo A1 apresentou um total de 48 cálices
menores (Cam) e conseguiu-se o acesso do ureteroscópio flexível
(UF) em 42 cálices (87,5%); o grupo A2 tinha 11 Cam e o UF
conseguiu acessar 7 (63,64%); o grupo B1 tinha 48 Cam e obteve-se
o acesso do UF em 41 (85,42%); e no grupo B2 nós observamos
41 Cam e o UF pôde acessar 35 cálices (85,36%). Não
houve diferença estatística na acessibilidade do UF
entre os grupos estudados (p=0,2610). Os sistemas coletores com a
região mesorrenal drenada por cálices cruzados (tipo
A2) apresentaram um menor índice de acessibilidade durante
a ureteroscopia flexível. Os parâmetros anatômicos
analisados nos moldes tridimensionais e comparados às pielografias
retrógradas mostram que o número e a orientação
espacial dos cálices menores, o ângulo infundíbulo-caliceal
e o comprimento infundibular podem ser considerados fatores anatômicos
restritivos ao acesso do ureteroscópio aos cálices do
polo renal inferior. A confecção de modelos experimentais
para treinamento à partir de contramoldes de silicone se mostrou
factível e permitiu com facilidade a introdução
do aparelho de ureteroscopia flexível.
Palavras-chave: Molde. Sistema coletor. Rim. Pielografia
retrógrada. Anatomia. Modelo experimental. Treinamento. Ureteroscópio
flexível.
AVALIADOR
PRÉVIO
Prof. Dr. Diogo Benchimol de Souza (UERJ)
BANCA
Presidente
Prof.
Dr. Francisco José Barcellos Sampaio (UERJ)
Membros
Titulares
Prof. Dr. Francisco José Barcellos Sampaio (UERJ)
Prof. Dr. José Fernando Cardona Zanier (UERJ)
Prof. Dr. Marco Antônio Quesada Ribeiro Fortes (Hospital Naval
Marcílio Dias)
Prof. Dr. Marcelo Abidu Figueiredo (UFRRJ)
Prof. Dr. Alberto Schanaider (UFRJ)
Membros
Suplentes
Prof. Dr. Diogo Benchimol de Souza (UERJ)
Prof. Dr. João Paulo Martins de Carvalho (Hospital Federal
Cardoso Fontes)